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title: "Modelo Kaleckiano Interativo"
author: "Marcelo Avila"
date: "Primeiro Semestre de 2018"
output:
html_document:
theme: cosmo
toc: yes
toc_depth: 2
runtime: shiny
resource_files:
- kaleckianModel/server.R
- kaleckianModel/ui.R
---
```{r setup, include=FALSE}
knitr::opts_chunk$set(echo = FALSE, self_contained = F)
```
```{r warning=FALSE, include=FALSE}
library(shiny)
library(shinyjs)
```
## Introdução
Este exercício tem como objetivo demonstrar o mecanismo de reação a choques exógenos da versão Kaleckiana do modelo macroeconômico, com enfoque no mercado de trabalho, fundamentada na escola pós-Keynesiana como apresentado por Lavoie (2014, Cap. 5.3, p. 291 - 315).
Assim como no livro (ibd, p. 291 e 296), neste estudo pressupõem-se
- uma economia fechada
- e sem governo,
- investimento como único gasto autônomo,
- assalariados consomem a renda em sua totalidade,
- inexistência de estoques,
- custo marginal constante (até atingir a plena capacidade),
- coeficientes técnicos de produção constantes,
- trabalho e capital não substituíveis,
- nível de emprego flexível até no curto prazo,
- pois se assume um certo grau de capacidade ociosa, e assim sendo, pode se empregar mais ou
empregar menos a depender do nível de demanda (ibd, p. 292).
## Derivações
Para a derivação do gráfico abaixo, assim como dos resultados numéricos, segue-se as equações como apresentada no livro de Lavoie. Entre parenteses encontra-se os índices das equações como expostas no livro.
Demanda Agregada (Eq. 5.2):
- $AD = wL + A = wL + ap$
Oferta Agregada (Eq. 5.14):
- $AS = pq^s = pLy$
Salário Real (Eq. 5.15):
- ${(\frac{w}{p})}_{eff} = y - \frac{a}{L}$
Função de emprego (Eq. 5.17, derivada da Eq. 5.15):
- $L^{d}_{eff} = \frac{a}{y - \frac{w}{p}}$,
onde $L$ = nível de emprego, $w$ = salário nominal, $a$ = gasto autônomo (real),
$y$ = produtividade dos trabalhadores e $p$ = nível de preços.
```{r shiny, echo = FALSE}
shinyAppDir("shinyAppKalecki",
options=list(
width="110%",
height=770
)
)
```
### Como Usar o modelo
1. Ajuste a variável de interesse e
2. Clique no título da variável para retorná-la ao nível inicial.
## Perguntas Adicionais (P1)
### Pergunta quatro: O modelo tri-departamental
| D1 | D2 | D3 | TOTAL
| ----- | ----- | ----- | -----
| $P_1$ | $P_2$ | $P_3$ | P
| $W_1$ | $W_2$ | $W_3$ | W
| $I$ | $C_K$ | $C_W$ | Y
Assumindo que o gasto autônomo ($a = I + C_K$) permanece constante, a massa de lucro também permaneceria em seu nível inicial, porém, o aumento do salário real teria efeitos distributivos, segundo o modelo Kaleckiano. Assumindo que os assalariados consumam 100 por cento da renda disponível ($W = C_W$), o lucro do $D3$ pode ser definido como $W_1 + W_2$. Assim sendo, o Terceiro Departamento abocanharia a perda dos lucros dos Departamentos Um e Dois, ocasionada pelo aumento dos salários nestes setores ($W_1$ e $W_2$).
Como é visível no gráfico interativo, o aumento real dos salários resultaria em um aumento no nível de emprego (ceteris paribus). Pois partindo do pressuposto de que exista capacidade ociosa, as firmas ajustariam o nível de produção contratando novos empregados para atender a demanda proveniente da acrescida massa salarial total.
Os capitalistas dos departamentos um e dois sofreriam uma pressão para repassar para os preços o aumento dos salários, de modo a não perder parte dos lucros que costumavam obter. Os capitalistas do terceiro departamento certamente não teriam muito do que reclamar, mas, de um modo geral, a classe capitalista perderia espaço relativo na renda total, mesmo mantendo constante o nível de lucros em termos absolutos. Essa perda relativa poderia gerar uma sensação de *empobrecimento* relativo aos trabalhadores, e por consequência, insatisfação da classe capitalista.
### Pergunta dois: Target-return Pricing
O *target-return pricing* é uma das formas como a firma precifica os bens produzidos se orientando pelos custos diretos e indiretos de produção correspondentes a um nível padrão de produção (Lavoie, p. 162). Basicamente, aplica-se uma taxa adicional (*mark-up*) aos custos de produção unitário de modo a cobrir os custos de produção e obtenção dos lucros esperados, como em
$p = (1 + \Theta) NUC$,
onde $p$ é preço, $\Theta$ a margem (*mark-up*) e $NUC$ o custo unitário normal. O $NUC$ inclui os custos diretos (variáveis) e indiretos (gastos gerais incluindo administração, transporte, supervisão etc.) e são calculados baseando-se em um nível normal (padrão) de produção.
A vantagem deste método sobre outros *cost-plus pricing* é que as firmas podem tomar uma decisão fundamentada sobre quanto deve ser a taxa de *mark-up*, tendo como objetivo uma meta de lucros proporcional ao custo do capital investido, levando em consideração também a capacidade utilizada (Lavoie Eq. 3.22, p. 163).
Esta metodologia se mostra bastante realista, pois as firmas podem através dela comparar os ganhos esperados de diferentes projetos assim como o retorno esperado de um investimento seguro, como títulos públicos, e também outros ativos financeiros. Assim sendo, a firma pode escolher o investimento de maior rendimento (ou menor risco), dada as condições e previsões de cada projeto assim como a aversão a risco dos agentes.