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Desenvolvimento Web com Rust

Livro sobre desenvolvimento web em Rust

Autora: Julia Naomi Boeira

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Livro

Revisando

  • Se você encontrou um typo, erro de português ou tem uma solução de melhora da didática do texto, PRs são bem vindos. Indique o capítulo e a linha da correção.
  • Se você gostaria que eu corrigisse uma parte do texto, para melhorar a didática, coloque o texto, o capítulo e o que você não entendeu.
  • Para atualizar código ou texto relacionado a código no livro, atualize também as mudanças nos seus repositórios

TODOs:

  • Revisão de Português
    • Intro
    • Parte 1 até cap 5
    • Resto da parte 1
    • Parte 2
    • Parte 3
  • Revisão didática
  • Atualizar código da parte 1 para suportar nova sdk da amazon

Organização do Livro

Este livro está organizado da seguinte forma. Nos capítulos de introdução teremos um guia de instalação e um exercício básico. Nosso primeiro projeto será um servidor de gerenciamento de tarefas, baseado em Actix-web. Actix-web é um framework de desenvolvimento web em Rust que tem feito muito barulho pelas suas constantes primeiras colocações nos benchmarks de performance, principalmente da Techempower, e algumas confusões pelo uso de unsafe. Acredito que o framework seja bastante simples de entender e muito completo, mais informações sobre os benchmarks no apêndice A. Vamos utilizar diversas ferramentas da stack Actix para garantir um serviço completo e algumas ferramentas clássicas da comunidade Rust, como Serde para serialização de Json e clientes de bancos de dados. Para este projeto vamos utilizar DynamoDB como banco de dados via biblioteca Rusoto para salvar os dados de gerenciamento de tarefas e Postgres com Diesel para salvar informações de autorização. O padrão de arquitetura de software utilizado para esta parte é inspirado no framework Phoenix do Elixir.

Na segunda parte, vamos modelar um serviço que retorna valores e rotas de passagens aéreas via queries GraphQL. Esse serviço realizará requests para serviços reais e será desenvolvido no padrão de arquitetura Hexagonal, ou também conhecido como Cebola, que é inspirado no livro Clean Architecture de Robert C. Martin. A idéia central deste padrão é separarmos funções puras na parte mais interna da arquitetura e funções impuras na parte mais externa. Na terceira parte do livro, que está associada à parte anterior, construiremos um front-end utilizando a Yew Stack, que é baseada em WebAssembly, para a representação das opções de passagens. Lembrando que HTML e CSS serão mantidos de forma primitiva por não serem o foco deste livro.

  • Para a parte 2 do livro, recomendo conhecer os conceitos de GraphQL. Livros e tutoriais estão indicados na bibliografia.
  • Para a parte 3 do livro, recomendo conhecer os conceitos de WebAssembly. O livro oficial gratuito está indicado na bibliografia.

Por que utilizar o DynamoDB

Existem dois motivos para eu ter escolhido utilizar o DynamoDB para nosso serviço.

  1. Existem centenas de ótimos exemplos utilizando o banco Postgres com a crate Diesel. Inclusive integrando com AWS e em português. Além do mais, vamos utilizar o Postgres com Diesel, só que não como nosso principal banco de dados, já que é bastante comum aplicações diferentes possuirem mais de um tipo de banco de dados. A escolha do Diesel para o middleware de autorização não tem nenhuma relação com segurança ou performance, somente foi o recurso que me ocorreu usar no momento.
  2. Em um mundo cada vez mais voltado ao cloud, escolher uma tecnologia nativa de cloud parece uma boa solução. Agora, isso não quer dizer que o DynamoDB seja o banco que modela perfeitamente nosso domínio ou as relações entre ele, mas é um banco com uma performance excepcional que permite muita flexibilidade ao modelar domínios. Alguns limites associados a transações e tipos no DynamoDB:
  • O tamanho máximo de uma String é limitada a 400KB, assim como para binários.
  • Uma String de expressão pode ter no máximo 4KB.
  • Uma transação não pode conter mais de 25 itens únicos, assim como não pode conter mais de 25MB de dados.
  • É possível ter até 50 requests simultâneos para criar, atualizar ou deletar tabelas.
  • BatchGetItem, buscar um conjunto de itens pode trazer no máximo 100 itens e um total de 16MB de dados.
  • BatchWriteItem, como PutItem e DeleteItem, pode conter até 25 itens e um total de 16MB de dados.
  • Query e Scan tem um limite de 1MB por chamada.

Phoenix MVC

O que eu gosto no modelo que o Phoenix utiliza para organizar seus módulos é a divisão entre a lógica web e a lógica core, ou seja, separa a camada de comunicação com o mundo da camada de comunicação interna. Por exemplo, uma API chamada de TodoApi vai possuir módulos com os nomes todo_api_web para a lógica web e todo_api para a lógica core. O formato interno do todo_api_web é bastante comum e geralmente utiliza a nomenclatura do MVC, na qual seus modelos representando o domínio estão dentro de um módulo chamado models, seus operadores entre camadas, geralmente sem lógica, ou controllers, estão em um módulo chamado controllers, e as visualizações das telas estão em um módulo chamado views. Caso você esteja utilizando GraphQL a divisão do MVC pode ficar um pouco diferente, como queries e mutations em um módulo de schemas, seus objetos de entrada e saída em um módulo chamado models e seus resolvers em um módulo resolvers, seria esse padrão o MRS (Models Resolvers Schema)?

Quanto ao módulo todo_api, ele estaria organizado em um módulo para gerenciar a fonte dos dados, geralmente denominado repo ou db, e em um outro módulo para organizar as estruturas de dados correspondentes chamado de models. Aqui é comum existir uma camada que adapta os modelos de todo_api para todo_api_web, geralmente chamado de adapters. Para serviços que se comunicam por mensagens, é comum um módulo message aqui também. Resumindo graficamente seria:

todo_api
    main
    |-> todo_api
        |-> adapters
        |-> db (ou repo)
        |-> message
        |-> models
    |-> todo_api_web
        |-> controllers
        |-> http (configurações do sistema e middlewares)
        |-> models
        |-> routes (rotas do sistema)
        |-> views

Hexagonal

O modelo hexagonal é mais simples em organização, e talvez mais fácil para quem estiver começando a trabalhar em um sistema, mas talvez menos prático para quem já conhece o sistema. Ele consiste em algumas camadas que vão das camadas impuras com efeitos colaterais chamadas de boundaries ou diplomat até as camadas mais puras chamadas de core ou logic, assim como as camadas de modelagem. No módulo boundaries vamos ter coisas como web, db e messaging, ou seja, qualquer coisa que cause efeitos colaterais. Depois disso vamos ter uma camada que recebe esses efeitos colaterais e chama funções puras para lidar com eles, comumente chamado de controllers. Os controllers utilizam principalmente duas camadas para tratar os efeitos colaterais, a camada de adapters, que transforma as entidades de boundaries em entidades internas, e a camada de core, que é dona de toda lógica do sistema, core pode ainda possuir uma separação de negócio, business, e outra computacional ou de apoio, compute. Por último, a parte mais interna são os models, que correspondem a estrutura de dados do sistema. Resumindo graficamente, em ordem de mais impura até mais pura, seria:

todo_api
    main
    |-> boundaries
        |-> web
        |-> db
        |-> message
    |-> controllers/resolvers
    |-> adapters
    |-> core 
        |-> business
        |-> compute
    |-> models/schemas

Considerações

  • Qual nomenclatura ou quais nomes específicos você vai dar para seus módulos é menos relevante do que a forma como as coisas estarão organizadas, a única coisa importante de lembrar é a necessidade de seu código e sua organização ser inteligível para todas as pessoas.

  • Este livro utiliza apenas o framework Actix para servidores web, mas exemplos com outros frameworks podem ser encontrados no livro Programação Funcional e Concorrente em Rust. Actix é o framework de actors do Rust, e tem como framework web o actix-web.

  • A versão de Rust utilizada neste livro é a 1.40 da edição 2018, assim, caso a linguagem evolua mais rápido que o livro, você pode fazer Pull Request nos repositórios do livro. Só peço que explique no Pull Request a que parte ele se refere, qual a modificação, o porquê da modificação e caso ela derive de um erro preexistente, salientar o motivo. Algumas modificações na organização e renomeação de arquivos podem ser bastante interessantes também.

Sobre a autora

Julia Naomi Boeira é uma engenheira de software com experiência em programação funcional e concorrente, games e sistemas distribuídos. Atualmente trabalha com open source em Rust e C++. Algumas empresas em seu currículo são Ubisoft, Creditas, Chorus One, Nubank, Thoughtworks, Latam e Globo.com.

Para este livro tenho a agradecer a Eva Pace, o Bruno Tavares e o pessoal da Rust in Poa (Julio Biason, Douglas e Ruan Nunes, e todos os exercícios do Exercism.io que fizemos).